sexta-feira, abril 12

Aqui jaz o jazz.

 

“Quero fazer uma provocação.”

Eu? Jamais. Por isso a frase está entre aspas. Me refiro a um termo que tem se tornado comum em reuniões com clientes arrombados. Não importa o quanto a sua entrega está completa e seus argumentos embasados, o indivíduo se sente compelido a fazer a tal provocação. Geralmente ela vem fora de contexto, apenas pra causar desconforto. Seria algo cultural da empresa do cliente e ele simplesmente está repetindo os padrões do seu alto escalão? Muitas vezes penso que sim, mas esse tipo prepotente tem se perdido cada vez mais em seu personagem e vem trazendo prejuízos financeiros e emocionais a todos em seu entorno. Pelo simples prazer de discordar. Talvez a lógica do capitalismo esteja aí mesmo: nada deve ser fácil, tudo tem que ter um tanto de sacrifício pra ser validado. Como se estar ali, naquela situação, já não fosse um sacrifício. Pelo menos pra mim. Admiro quem sabe jogar bem esse jogo e, pra minha sorte, trabalho com várias pessoas assim. Se dependesse só de mim, tudo estaria perdido. Sincericídios, falências e ostracismo, tudo embalado num engruvinhado papel de fracasso.

Nenhum comentário: